Diversidade Florística das Formações de Quercus suber em Portugal

TitleDiversidade Florística das Formações de Quercus suber em Portugal
Publication TypeConference Paper
Year of Publication2005
AuthorsSanto, D. Espírito, Antunes J. Castro, Costa J. Carlos, Neto C., & Capelo J.
Conference NameCongresso Florestal Nacional, 5º, Viseu, 2005
Date Published2005///
Keywordsfitosociologia, Querco-suberis, riqueza específica, valor de conservação (voyant)
Abstract

Foram analisados 130 inventários efectuados em sobreirais de Poterio agrimonioidis-Querco suberis S., Asparago aphylli-Querco suberis S., Oleo sylvestris-Querco suberis S. e Teucrio baetici-Querco suberis S. Com o objectivo de estabelecer a relação entre estes bosques e o seu grau de conservação e diversidade, foi efectuada uma análise canónica de correspondências (CCA) e foram efectuados os cálculos relativos à diversidade florística (recorrendo ao índice de Shannon) e à diversidade em espécies com interesse para conservação. Efectuou-se ainda uma análise de regressão múltipla em que a riqueza em espécies endémicas ou com estatuto de protecção foi considerada a variável dependente. Individualizaram-se algumas espécies indicadoras dos bosques analisados: Stauracanthus genistoides, Thymus capitellatus, Lavandula lusitanica e Quercus lusitanica associadas aos bosques de Oleo sylvestris-Quercetum suberis; Cistus populifolius, Erica australis e Cytisus grandiflorus associadas aos bosques de Poterio agrimonioidis-Quercetum suberis. No total, registam-se 17 taxa com estatuto vulnerável, 10 taxa em perigo de extinção, 15 taxa incluídos no Anexo II da Directiva 92/43/CE, um dos quais prioritário, 4 taxa do Anexo IV e 4 do Anexo V da mesma Directiva. Destacam-se, ainda, 26 endemismos lusitanos, 4 dos quais em perigo de extinção e 8 com estatuto vulnerável. Da CCA verificou-se que grande parte dos táxones com interesse para conservação estão concentrados nas áreas onde a vegetação potencial diz respeito a sobreirais de Oleo-Querco suberis S., cuja riqueza florística e fitocenótica já foi descrita por COSTA et al (1998) e NETO (1999). Isto acontece apesar do uso florestal destes espaços e de estarem localizados no Superdistrito Sadense onde predominam os solos aluvionares ou derivados das areias podzolizadas. Quanto à diversidade específica, os valores mais elevados obtiveram-se nos inventários das séries Asparago-Querco suberis S. e Poterio-Querco suberis S. Da análise de regressão múltipla obteve-se a equação: Riq.= - 0.4083Subst. Litológico - 0.2547Altitude - 0.243Declive - 0.2253Posicão Topográfica, com P<1%. Os resultados traduzidos pela equação da qualidade da riqueza específica são concordantes com a CCA, verificando-se mais uma vez que a riqueza em taxa endémicos ou com estatuto de protecção estão positivamente correlacionados com substratos arenosos ou negativamente correlacionados com substratos dos quais resultam solos com elevada percentagem de argila. Assim, conclui-se que a diversidade em espécies com interesse para conservação é mais elevada em territórios com solos arenosos, de baixa altitude, de que é exemplo o Superdistrito Sadense.