Sobrevivência do sobreiro a incêndios em Trás-os-Montes e Alto Douro

TitleSobrevivência do sobreiro a incêndios em Trás-os-Montes e Alto Douro
Publication TypeArtwork
Year of Publication2007
AuthorsCastro, M. J. V.
Keywordscopa, espessura da cortiça, Fogo, sobreiro, sobrevivência (voyant)
Abstract

A elevada capacidade de resiliência e resistência que o sobreiro (Quercus suber) possui, faz dele uma espécie com uma enorme capacidade de sobrevivência pós-fogo. O presente trabalho tem como objectivos caracterizar a sobrevivência do sobreiro, assim como identificar e quantificar o efeito das variáveis que a afectam depois de incêndio. Para tal, foram medidas as características físicas, de severidade do fogo e de resposta vegetativa das árvores, em 568 sobreiros em áreas ardidas por incêndios ocorridos um e dois anos antes no Nordeste de Trás-os-Montes, mais precisamente em Cedães, Franco e Mirandela. A sobrevivência do sobreiro ao fogo modelou-se através de regressão logística. Os resultados mostraram que os factores que mais afectam a sobrevivência do sobreiro são a espessura da cortiça e a árvore ter sido submetida a descortiçamento previamente, mas também a altura de tronco carbonizado, ou seja, a intensidade do fogo. Assim, árvores com cortiça mais espessa, não descortiçadas e sujeitas a fogo de menor intensidade, têm maior probabilidade de sobreviverem ao incêndio. Ao contrário de outros estudos, não foi possível relacionar a sobrevivência com a exposição do terreno. Dada a dimensão do problema dos incêndios florestais em Portugal e a notável resistência do sobreiro ao fogo sugerimos medidas de gestão florestal pós-fogo em sobreirais, acreditando que a Quercus suber é uma óptima espécie a implantar em futuras reflorestações nos ecossistemas mediterrâneos